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Foto do escritorUMBHANDA

BREVE APRESENTAÇÃO DAS VERTENTES UMBHANDISTAS

A Umbhanda, rica em sua diversidade, apresenta diversas vertentes, cada uma com características distintas e influências específicas. Vamos explorar algumas dessas vertentes, destacando suas origens e principais nomes.



Umbhanda Traçada ou Cruzada: Esta vertente admite a presença de Exus, Pomba Giras e outras entidades da Quimbanda como trabalhadores. Há um cruzamento entre dois tipos de trabalhadores: os de Umbhanda (Caboclos e Pretos Velhos) e os de Quimbanda (Exus, Pomba Giras, Bugres, malandros, etc.). Originada da influência da Jurema com o Catimbó, esta vertente incorpora sincretismo e práticas como oferendas, despachos, e, em algumas casas, o uso de bebidas alcoólicas. Atabaques e/ou tambores são comuns, assim como roupagens coloridas, adereços, danças e festas.


Umbhandomblé: Essa vertente incorpora ritos dos Candomblés em seus cultos. Mesmo que não aceitem o termo, alguns Terreiros se definem dessa forma. Inclui "toques" para Orixás, brajás em vez de guias, recolhimento de "filhos de santo", uso de quelês, sacrifícios e colocação de "oxu" nos oris. Trabalha com entidades como Pretos Velhos, Caboclos e até mesmo Exus infiltrados. Geralmente, há uma diferenciação clara entre sessões de Umbhanda e Candomblé, realizadas em dias e horários distintos. Algumas casas são influenciadas pela Umbhanda Omolokô, envolvendo camarinhas, sacrifícios de animais, ebós, raspagens, catulagem, etc.


Umbhanda de Mesa ou Umbanda de Cáritas: Essa vertente apresenta expressiva influência da doutrina Kardecista do espiritismo codificado por Allan Kardec. Em grande parte, há ausência de elementos africanos como Orixás e trabalhos dos Guardiões. Há uma utilização mínima de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. O enfoque recai em Guias como Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Linha do Oriente. Essa vertente possui uma forte ligação com a prática da caridade.


Umbhanda Popular: Com forte influência de ritualísticas do Candomblé, Catimbó e sincretismo, a Umbhanda Popular é praticada na maioria dos Terreiros de Umbhanda. Há uso indiscriminado de oferendas, despachos e, em algumas casas, bebidas alcoólicas. Elementos como atabaques, roupagens coloridas, adereços, danças e festas são marcantes. Evita rituais com sacrifícios de animais, com exceções.


Umbhanda Esotérica: Surgida a partir de figuras como Oliveira Magno, Emanuel Zespo e Wilson Woodron da Matta, essa vertente intitula a Umbhanda como Aumbhandan, enfatizando um "Conjunto de Leis Divinas". Possui um código doutrinário próprio, com rituais, liturgias e sacramentos distintos.


Umbhanda Iniciática: Fundamentada por Francisco Rivas Neto (Mestre Yamunisiddha Arhapiagha), busca convergência doutrinária com sete ritos e alcance do Aumbhandan. Apresenta um código doutrinário próprio, com rituais, liturgias e sacramentos particulares.


Umbhanda Sagrada: Baseada em doutrina própria, com ênfase em práticas de magias, despachos e oferendas, essa vertente tem proximidade com os trabalhos da Umbhanda Popular. Seu fundador, o médium e escritor Rubens Saraceni, desempenhou um papel fundamental no estabelecimento dessa vertente.


Umbhandaime: Iniciada por Padrinho Sebastião no Céu do Mapiá/Amazonas (Igreja Daimista), a Umbhandaime se aproxima dos trabalhos da Umbhanda Popular, com a adição do consumo de Ayahuasca (Santo Daime).


Umbhanda Omolocô: Fundada por Tatá Tancredo da Silva, essa vertente é um misto entre cultos africanos (bantu), rituais e trabalho direcionado por Guias Espirituais. Utiliza camarinhas, sacrifícios de animais, ebós, raspagens, catulagem, entre outros.


Umbhantimbó: Termo utilizado para classificar práticas de Umbhanda no Nordeste, com raízes em Catimbó. Algumas adotam ritualísticas do Candomblé, incluindo sacrifício de animais. Também adotam práticas de Catimbó, presentes em São Paulo.


Umbhanda Cristã: Também conhecida como Umbanda Branca, essa vertente busca integrar princípios cristãos com os ensinamentos da Umbhanda. Surgida como uma abordagem única, destaca-se por sua simplicidade, abandonando adereços externos, cocares e roupagens coloridas. Essa essência despojada reflete a busca por uma manifestação espiritual mais interna e fundamentada em valores fundamentais.


Cada uma dessas vertentes contribui para a riqueza e diversidade da Umbhanda, oferecendo aos praticantes diferentes abordagens espirituais e rituais. A compreensão dessas vertentes enriquece a visão da Umbhanda como uma religião dinâmica e multifacetada.


MESTRE KALUANÃ – SACERDOTE UMBHANDISTA E JUREMEIRO

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